quarta-feira, dezembro 08, 2010

Imortal

John Winston Lennon, 09 de outubro de 1940 - 08 de dezembro de 1980.


Para aqueles que ainda não entenderam, hoje faz 30 anos que quatro tiros calaram uma das vozes mais influentes do mundo. Na noite de 8 de dezembro de 1980, voltando de um estúdio de gravação, John Lennon foi assassinado, aos 40 anos de idade, por um fã psicopata, em frente ao prédio em que morava na cidade de Nova York, EUA.

Apesar de morar e amar a cidade americana, o músico nasceu em Liverpool, na Inglaterra. Lá ele viveu sua infância e adolescência e se tornou um dos principais nomes da música mundial.

Lennon sempre foi um garoto rebelde, tirava notas baixas na escola e não era um aluno muito comportado. Ele sempre esteve muito mais preocupado em "fazer um som" do que qualquer outra coisa, desde que sua tia lhe deu uma guitarra de presente. Por volta de seus 16 anos, viu um menino tocando violão na escadaria de uma igreja no centro de Liverpool. Seu nome era Paul McCartney, tinha 14 anos. Lá mesmo eles começaram uma amizade e parceria que duraria suas vidas inteiras.

Com Paul, John formou uma parceria chamada Lennon & McCartney (uma das maiores parcerias da música Pop) e os dois começaram a compôr juntos. Logo criaram a banda Quarry Man, que alguns anos depois daria origem ao The Beatles, em conjunto com mais dois músicos, George Harrison e Ringo Star. Ali começou um dos períodos mais importantes da música no mundo.


Sua jornada nos Beatles não foi tão longa. Ela durou de 1960 a 69. Mas, mesmo assim, em menos de dez anos mudaram o cenário da música mundial, com uma trilha sonora de uma década de transformações. Criaram acordes nunca tocados anteriormente, criaram novos ritmos e ousaram com a música de um modo que nunca havia sido feito anteriormente.

John era libertário e ousado, a perfeita definição da era Sexo, Drogas e Rock'n'roll. Ele iniciou sua carreira solo ao lado de sua esposa Yoko Ono e no primeiro disco expôs publicamente seus traumas de infância: A morte da mãe, o abandono do pai, o isolamento provocado pela fama e o rancor com os ex-parceiros.


A partir daí não parou mais. Foi, ao lado de Yoko, um dos principais líderes pacifistas do mundo, e escreveu hinos da paz como "Imagine" e "Give Peace a Chance". Ele ficou uma semana na cama como protesto de paz contra a Guerra do Vietnã. Ele se envolveu com ativistas políticos da extrema esquerda americana, criticou a política conservadora do governo e começou a ser perseguido pelo FBI. Com isso, enfrentou uma guerra judicial para poder permanecer nos Estados Unidos. E conseguiu.


John viveu muitos altos e baixos em sua vida até o dia em que nasceu seu filho Sean. O homem já tinha um filho do qual não tinha acompanhado a criação, assim, não queria que seu segundo filho, fruto do relacionamento que tinha com sua musa maior, Yoko, fosse igual. Com isso, resolveu dar um tempo na carreira e passou os cinco anos seguintes em casa compondo e cuidando do filho.

Voltou aos estúdios em 1980. Ele estava pronto para começar de novo e fazer seu melhor álbum, o mais profundo e pessoal, chamado Duble Fantasy, que seria também o seu último.

Mesmo assim, ele era mais do que um músico, um poeta, um pacifista, líder político e revolucionário. Ele era um ser humano que conseguia expressar o que se passava no seu interior, como seus ódios, medos, sonhos, lembranças e qualquer outro sentimento que viesse a ter.

"À medida que John foi se aperfeiçoando como compositor, expôs mais de sua personalidade em suas canções. Quando estava preso no furacão da histeria beatle que ele mesmo criou, em meio a necessidade de encontrar um apoio, escreveu “Help!”. Em um momento de ação política, em que precisava do apoio das pessoas para que uma guerra estúpida, com a qual não concordava, chegasse ao fim, conclamou o povo para sair às ruas com “Power to the People”. No meio de outro furacão, o da paixão por Yoko que estava apenas no começo, em sua fase epidérmica, descontrolada, simplesmente gritou que a queria, que precisava dos seus braços, beijos, do seu sexo (“I Want You”). John sempre escreveu sobre si: quando teve raiva (“How Do You Sleep?”), quando esteve em alerta (“Instant Karma!”), em depressão (“You’ve Got To Hide Your Love Away”). Quando queria falar com ela com delicadeza e apresentar sua nova mulher, chorou em “Julia”. Em tempos de reflexão, lembrou da infância com “Strawberry Fields Forever”. Recordando o passado, fez “In My Life”, aquela que foi eleita pela conceituada revista Mojo como a canção mais bonita de todos os tempos."


Como se pode ver, não é necessário que se ame um Beatle, mas é necessário que os respeite. John Lennon foi e sempre será um ícone da música, da política e da paz. Ele pode até ter morrido e seu corpo, cremado, mas ele vive em nossos corações com o legado e os ensinamentos que nos deixou. Ele simplesmente é imortal.



Aqui vão algumas das muitas frases polêmicas desse gênio:

- "Os Beatles são mais populares que Jesus Cristo";

- "Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal";

- "Talvez não haja diferença entre nós e o presidente dos EUA se ficarmos nus";

- "A vida é o que lhe acontece, enquanto você está ocupado fazendo outros planos";

- "Normalmente, há sempre uma grande mulher atrás de cada idiota"

Pensamentos de John Lennon: Você faz seu próprio sonho. É a história dos Beatles, não é? É a história de Yoko. É o que eu digo agora. Faça seu próprio sonho. Se você quiser salvar o peru. É bem possível fazer alguma coisa, mas não dotá-lo de parquímetros. Não espere que Jimmy Carter ou Ronald Reagan ou Jonh Lennon ou Yoko Ono ou Bob Dylan ou Jesus Cristo venha e faça por você. Você tem de fazê-lo sozinho. É o que os grandes mestres têm dito desde que os tempos começaram. Eles podem apontar o caminho, deixar indicações e instruções em variados livros que são chamados sagrados e venerados por suas capas, e não por aquilo que dizem, mas as instruções estão aí para que todos as vejam. Sempre estiveram e sempre estarão. Não há nada de novo sob o sol. Todos os caminhos levam a Roma. E as pessoas não podem fazê-lo por você. Eu não posso te despertar. Você pode se despertar. Eu não posso te curar. Você pode se curar.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo post, Bibi!
    Está emocionante, com certeza o melhor que você já fez. Parabéens por toda dedicação e carinho empenhados na sua escrita, cheia de conteúdo e comovente. Está digno ao homem. Espero que esse post possa despertar os mais amplos sentimentos das pessoas que o lerem, assim como me fez.
    Um beijo

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  2. Great blog! Very well done and extremely well written!

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